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Oficina de Frevos e Dobrados

 

 

     Em 1982, durante o Festival de Música Instrumental da Bahia, pensou-se na vinda do mestre de bandas João Sacramento Neto, que ensinou as primeiras notas ao mestre Fred Dantas, que organizou um pequeno grupo de bons instrumentistas de sopro, para que pudesse recepciona-lo. O mestre acabou não vindo, mas o grupo não se dissolveu: tornou-se a Oficina de Frevos e Dobrados, que pouco tempo depois se organizaria em estatutos e diretoria, tornado-se um sociedade musical sem fins lucrativos.

 

     A ação a princípio foi recuperar e fazer novas cópias das composições do mestre João, mais a obra de alguns mestres da nossa cultura musical, que a Oficina apresentou em recitais na Reitoria da UFBA: Tranquillino Bastos, de Cachoeira, considerado o mestre dos mestres; Álvaro Villares Neves, de Caetité, o compositor ouvido nas retretas interioranas do Sudoeste; Júlio Cezar Souza, compositor das Lavras Diamantinas, aventureiro e comerciante de diamantes e finalmente Isaias Gonçalves Amy, o mestre de bandas ferroviário.

 

      Em 1988 a Oficina começou a admitir alunos, e aí se inicia outra fase do seu trabalho: a ação social junto à infância a adolescência através da profissionalização em música. A pesquisa história e a ação social não impediram que a filarmônica construísse excelente carreira em termos de shows e apresentações didáticas em teatros, escolas, praças da capital e interior. Sempre com a regência e arranjos de Fred, a Oficina tocou com o saxofonista Paulo Moura em oficinas cujos resultados foram apresentados no Teatro Castro Alves, durante o III Festival de Música Instrumental; fez show de abertura do Troféu Caymmi acompanhando o próprio Dorival Caymmi em arranjos exclusivos. Tocou, viajou e gravou especiais para a televisão com o compositor Moraes Moreira.

 

      Funcionando atualmente na Casa das Sete Mortes, em parceria com a Casa Pia e Colégio de Órfãos de São Joaquim, a escola de música é uma referência, em pleno Centro Antigo de Salvador, para todos os estudiosos sobre o assunto bandas de música, pois é a única corporação musical desse estilo a funcionar normalmente no centro da cidade,  participando ativamente de todos os acontecimentos culturais importantes da área do Pelourinho: carnaval, festas cívicas e recepções a chefes de estado.

 

 

      A ação da Oficina vem, ao longo de 32 anos, influenciando a mídia e as consciências sobre uma nova forma de encarar a banda de música, inclusive norteando políticas públicas para o setor. Os livros do maestro Fred Dantas são hoje adotados por inúmeras filarmônicas como um modelo pedagógico advindo das filarmônicas e para elas voltado.

 

      O show Oficina de Frevos e Dobrados 30 anos, realizado na sala principal do Teatro Castro Alves, a 12 de novembro de 2012 e a elaboração do livro Oficina de Frevos e Dobrados 30 anos marcam significativamente a importância desse trabalho para o panorama cultural do nosso estado, e a nível nacional para a reafirmação da importância das sociedades filarmônicas no Brasil.

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